
De tanto ver triunfar as nulidades, desencorajado e, sobretudo frustrado por viver em um período histórico em que vicejam camundongos e que tais, lembro-me da poesia como sucedâneo a pasmaceira moral e de atitude! Revisito a obra de Bandeira, em especial o poema que dá título ao comentário, datado de 1930, nada obstante seja de atualidade inquestionável. Escreveu inúmeras frases celebres, dentre as quais destaco: ‘A vida é uma aventura, de tal modo inconsequente”! A esta altura a inconsequência é uma constante em que tem a responsabilidade de governar, não menos inconsequentes são os governados que insistem em desdenhar da doença e da dor alheia! Tudo é uma aventura que tem como desiderato a morte.
Identificado por motivos óbvios com o poema nele me refugio e encontro certa paz.
O poeta criou esta cidade em busca de um lugar onde pudesse viver livre das obrigações e das limitações que a doença trouxe em sua vida. E esta cidade imaginada por ele, transcendeu a própria poesia e se tornou um lugar onde a vida é melhor, tornando um símbolo de liberdade!
A fuga para esta cidade seria uma metáfora para uma fuga para a liberdade, para uma vida que poderia ter sido vivida, não fosse a doença que acometia o poeta, que teve uma tuberculose.
O pulmão doente identifica o medo do poeta ao cotidiano de 2021,aos medos e frustrações de todos nós!
Maior medo que da doença só sinto da incompetência e da falta de valores morais do Governo do Paraná que recebeu bilhões do Governo Federal e em mais um “locodow” afirma que nem sequer respiradores tem em numero suficiente.
Definitivamente, em terra de Carlos Ratinho Massa e seus sequazes só nos resta uma saída:
Vou-me embora para Pásargada!